Aquando da passagem do centésimo dia enquanto Bispo de Setúbal, D. Américo Aguiar, pronunciou-se, em entrevista à Agência ECCLESIA, sobre o ar social e político que se respira neste momento em Portugal e que classificou como “tempo estranho”.
“Convidei e vou concretizar nos próximos dias um encontro com os cabeças de lista de todos os partidos por Setúbal, para falar com cada um, para ouvir da parte de cada um deles qual é a sua visão deste território e também dar os meus “inputs” do que possam ser os desejos deste território”, afirmou o cardeal D. Américo Aguiar.
Acrescentou, também, que é importante que cada liderança política vá mais além do que a mera concordância ou discordância com uma determinada questão, e que apresente à sociedade soluções para os problemas que são, na sua óptica, não só “entendíveis” como atendíveis.
Deixou um apelo à participação cívica no próximo dia 10 de Março, dia das eleições legislativas para a Assembleia da República, reafirmando a importância deste dia pela escolha de um projecto para o país, deixando no entanto o alerta quanto ao voto em “partidos populistas”.
Já a região de Setúbal em geral, D. Américo Aguiar, revelou-se impressionado, destacando que “somos mais de 900 mil habitantes, pessoas de mais de uma centena de países e nada disto é problema. Tudo isto é oportunidade, é diversidade, é riqueza. Falta uma bandeira comum, para que nos sintamos fortes, capazes de fazer melhor e fazer diferente, porque este amado povo merece”, disse em conclusão.
O que parece ainda não ter conclusão é a eterna questão do novo aeroporto internacional de Lisboa. Quanto a este tema transversal a décadas da história de Portugal, D. Américo Aguiar, assinalou a importância, para toda a região, que esta se torne no destino final desta infraestrutura e que é importante a “tomada de uma decisão”.
Para esse efeito, já tem guardada “água benta para a bênção da primeira pedra”, como fez questão de salientar.