O livro “Crónicas de um Insubmisso”, de Manuel Duran Clemente, é uma obra que mergulha nas memórias pessoais do autor em torno do histórico 25 de Abril de 1974. O livro, que será desvendado no dia 5 de outubro, no Salão Nobre dos Paços do Concelho em Setúbal, é o resultado de uma compilação de fragmentos das memórias de Duran Clemente, um dos membros proeminentes do Movimento dos Capitães. Através desta obra, o autor convida-nos a testemunhar os momentos decisivos que moldaram a Revolução dos Cravos, compartilhando a sua perspectiva única como participante ativo deste processo transformador.
Mergulhando nas Memórias de um Insubmisso
A obra “Crónicas de um Insubmisso” é composta por cinco capítulos cuidadosamente estruturados, cada um oferecendo um olhar privilegiado sobre diferentes aspetos da jornada de Duran Clemente durante a Revolução de Abril. Um dos capítulos destaca-se por descrever com precisão o momento histórico do dia 25 de Abril de 1974, quando o autor estava mobilizado na Guiné desde julho de 1973.
Caminhos de Abril: Momentos de Glória e Luta
Ao longo do livro, Duran Clemente relembra com vivacidade momentos marcantes da luta pela democracia em Portugal. No capítulo “Caminhos de Abril”, o autor evoca a sua presença na vigília da Capela do Rato, no final de 1972, bem como a sua participação no II Congresso da Oposição Democrática, realizado em Aveiro em abril de 1973. Estes episódios revelam a determinação e o envolvimento de Clemente na construção de um futuro mais justo e livre para o país.
Da Revolução à Contrarrevolução: Esclarecendo o 25 de Novembro
Outro capítulo de destaque, intitulado “Da Revolução à Contrarrevolução”, aborda um momento crucial na história da Revolução de Abril: o 25 de Novembro. Nesta secção, Duran Clemente esclarece os acontecimentos desse dia, bem como os incómodos causados pela então 5ª Divisão, oferecendo uma perspectiva privilegiada sobre esta complexa transição política.
Raízes em Penamacor: Explorando a Infância e Juventude do Autor
Além dos relatos sobre a Revolução de Abril, “Crónicas de um Insubmisso” também nos presenteia com descrições detalhadas da infância e juventude de Duran Clemente. O autor leva-nos a Penamacor, a 20 quilómetros do Fundão, onde se encontra o berço da sua família, marcado pela carreira militar do seu pai.
O Prefácio de Carlos de Matos Gomes: Uma Visão Abrangente da Revolução
O prefácio do livro, escrito pelo coronel Carlos de Matos Gomes, traz uma perspectiva abrangente sobre a obra de Duran Clemente. Segundo Gomes, “‘Este livro reflete a diversidade dos atores da revolução portuguesa e confirma a experiência de outros processos políticos que levaram a concluir que uma revolução é como Saturno e devora os seus filhos, ou à conclusão de Rosa de Luxemburgo de que as revoluções não têm ensaio geral'”.
Um Livro Repleto de Anexos Documentais
Além do conteúdo narrativo, “Crónicas de um Insubmisso” apresenta um conjunto de anexos documentais, incluindo artigos escritos por Duran Clemente para a comunicação social entre 1975 e 2021. Esta riqueza de material complementar enriquece ainda mais a experiência de leitura, oferecendo um olhar mais abrangente sobre a trajetória do autor.
O Lançamento em Setúbal: Uma Celebração da Memória Revolucionária
O lançamento do livro “Crónicas de um Insubmisso” está marcado para o dia 5 de outubro, às 15h30, no Salão Nobre dos Paços do Concelho, em Setúbal. Nesta cerimónia, Duran Clemente contará com a apresentação do escritor Domingos Lobo e a participação do presidente da Câmara Municipal, André Martins. Esta celebração pública é uma oportunidade de compartilhar e valorizar a memória da Revolução de Abril, com a voz de um dos seus protagonistas.
A obra “Crónicas de um Insubmisso” de Manuel Duran Clemente representa um importante documento que preserva a memória da Revolução de Abril. Ao compartilhar as suas vivências e perspectivas únicas, o autor convida-nos a mergulhar no coração desta transformação histórica, compreendendo melhor os desafios e as conquistas que moldaram o Portugal democrático. O lançamento deste livro em Setúbal é uma celebração deste legado revolucionário, reafirmando a importância de manter viva a história daqueles que lutaram pela liberdade e justiça.
