A Conferência “As Portas que Abril Abriu” é um dos eventos mais aguardados nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril em Palmela. Este evento, que ocorrerá nos dias 23 e 24 de outubro, no Cine-Teatro São João e na Escola Secundária de Palmela, promete ser um marco de reflexão sobre os ideais que emergiram após a Revolução dos Cravos.
A Revolução dos Cravos
A Revolução dos Cravos, que ocorreu em 25 de abril de 1974, foi um momento decisivo na história de Portugal. Este movimento popular pôs fim a décadas de ditadura e abriu caminho para a democracia. A conferência abordará como estes eventos moldaram o país e a vida dos cidadãos, refletindo sobre a importância da memória histórica.
A memória é fundamental para a construção da identidade de um povo. Durante a conferência, serão discutidos os desafios de manter viva a memória da Revolução, especialmente entre as novas gerações. Este aspecto é crucial para entender o presente e construir um futuro mais justo e democrático.
Estrutura da Conferência
A conferência será composta por quatro painéis temáticos:
- Resistir: Uma análise das lutas e resistências durante a ditadura.
- As Portas que Abril Abriu: Reflexões sobre as oportunidades criadas pela Revolução.
- Valeu a pena!: Discussões sobre as conquistas e desafios enfrentados desde então.
- Utopia: Um olhar sobre o futuro e as aspirações dos jovens.
A entrada para o evento é gratuita, permitindo que todos os interessados participem nas discussões. Esta acessibilidade é um aspecto importante, pois promove a inclusão e o envolvimento da comunidade.
Temas em Debate
Um dos focos principais da conferência será a discussão sobre liberdade e democracia. Os participantes terão a oportunidade de ouvir relatos de pessoas que viveram a transição para a democracia e como isso impactou as suas vidas.
O Papel da Comunicação Social
No dia 23 de outubro, às 18h00, haverá uma mesa redonda dedicada à “A Comunicação Social na Defesa da Democracia e da Liberdade”. Este painel procura explorar como os media têm sido um pilar fundamental na construção da democracia em Portugal, bem como os desafios contemporâneos que enfrenta.
Apoio Institucional
O evento é promovido pelo Município de Palmela, que tem trabalhado em colaboração com parceiros locais para garantir que as comemorações sejam um sucesso. Este apoio institucional é crucial para a realização de eventos de grande escala.
A conferência está alinhada com o Objetivo de Desenvolvimento Sustentável (ODS) 16, que visa promover a paz, a justiça e instituições eficazes. Esta conexão com os ODS reforça a importância do evento no contexto global.
A Conferência “As Portas que Abril Abriu” representa uma oportunidade única para reflexão e ação. Ao discutir o passado e os desafios atuais, os participantes poderão contribuir para um futuro mais democrático e justo.
Para mais detalhes sobre a programação da Conferência “As Portas que Abril Abriu” e outras atividades culturais em Palmela, consulte o site oficial do Município de Palmela aqui.
PROGRAMA COMPLETO:
Dia 23 de outubro
Cine-teatro S. João, Palmela
9h00
Receção
9h40
Abertura
Álvaro Balseiro Amaro
Presidente da Câmara Municipal de Palmela
10h00
Painel 1 – Resistir
Como se vivia e resistia antes do 25 de Abril?
Como era a vida no campo, no trabalho, na ferrovia, em casa? Como viviam as/os jovens
sem liberdade e com o espetro da guerra?
Como se “fazia” cultura, como se comunicava?
Como se resistia? Este painel pretende lembrar como se vivia em Portugal e no concelho durante a ditadura, a partir dos testemunhos de quem viveu na época ou conviveu e estudou esse período.
Moderação
• Adilo Costa
Advogado, Autarca e Preso Político
• Diogo Ferreira
Investigador em História Local
Participação
• Adília Candeias
Operária, Autarca e Dirigente Sindical
• António Correia
Professor e Ex-Padre
• Francisco Fanhais
Cantor
• José António Cabrita
Sociólogo e Professor
• Rui Modesto
Ferroviário e Sindicalista
11h15
Pausa
11h30
Debate
12h30
Almoço livre
14h30
Painel 2 – Portas que Abril Abriu
Como se construiu a democracia?
Como foi a experiência da implementação da democracia?
A reforma agrária, o imperativo de alfabetizar, o serviço cívico,
as ocupações, o poder popular, a “dinamização cultural” e a
mudança institucional do poder. O Painel 2 procura partilhar
a memória de um tempo de profunda transformação,
participação e emoção.
Moderação
• Antonieta Saragoça Santos
Ex-autarca e Professora
• Duran Clemente
Militar de Abril
Participação
• Edgar Costa
1.º Presidente da Câmara Municipal de Palmela (em democracia)
• João Brites
Diretor Artístico do Teatro O Bando e Exilado Político
• João Leal
Fundador Coopinhal
• Joaquim Osório
Dirigente Associativo e Dinamizador da Alfabetização de Adultos
• Joaquim Ricardo
Ex-autarca e Dirigente Associativo
• Natividade Coelho
Ex-autarca e membro da Comissão para a Cidadania e a Igualdade de Género
• Virgílio Silva
Dirigente Associativo e de Comissão de Moradores
16h30
Pausa
16h45
Debate
18h00
Mesa Redonda – A Comunicação Social na Defesa
da Democracia e da Liberdade
O papel da comunicação social na resistência e na formação da democracia, a questão específica da comunicação social local [o fenómeno das rádios locais, imprensa local – o que tivemos e (não) temos], os novos desafios da comunicação social: informação versus espetáculo, verdade e manipulação, comunicação social/redes sociais. A comunicação social teve, e continua a ter, um papel preponderante na leitura, interpretação e partilha de informação sobre o mundo.
Neste painel, procura-se, a partir do relato e debate das/os participantes, falar desse papel ao longo do tempo. Como foi comunicar em contexto de censura, como foi o advento da liberdade e o que fazemos hoje com essa liberdade quando
o mundo inteiro está ao alcance de qualquer um/a (aparentemente).
Moderação
• Mário Galego
Jornalista e Diretor de Informação Rádio do grupo RTP
Participação
• Adelino Gomes
Jornalista e Investigador
• Fátima Brinca
Jornalista
• Filipa Pereira
Jornalista da New In Setúbal (New In Town)
• Francisco Alves Rito
Jornalista, Diretor do jornal O Setubalense e da Popular FM e Diretor da Associação Portuguesa da Imprensa
Dia 24 de outubro
Cine-Teatro S. João, Palmela
9h30
Painel 3 – Valeu a Pena?
Valeu a Pena!
A possibilidade de fazer este evento responde a essa pergunta. Mas como é agora a nossa liberdade? E a democracia? O exercício da democracia e as novas formas de participação, o papel dos partidos hoje, o trabalho, as novas formas de exploração e o papel dos sindicatos, a liberdade de expressão, o desenvolvimento económico, a paz e a guerra. 50 anos depois do 25 de Abril o mundo mudou. Mas, na mudança, o que foi e é efetivo progresso? Como estamos hoje em relação aos nossos princípios constitucionais?
Moderação
• Ana Teresa Vicente
Autarca e Socióloga
• Sofia Martins
Ex-autarca e Secretária Geral da Associação de Municípios da Região de Setúbal
Participação
• Jorge Gonçalves
Vice-Presidente do Sindicato dos Professores da Grande Lisboa
• Pedro Tadeu
Jornalista
• Rita Garcia Pereira
Advogada
11h00
Pausa
11h15
Debate
12h30
Almoço livre
Escola Secundária de Palmela
14h30
Painel 4 – Utopia
Que Utopia?
O 25 de Abril é uma lição de entrega generosa do poder às pessoas. É um exemplo de confiança na capacidade de cada geração sonhar, discutir e construir esses sonhos.
De fazer tudo de novo. De questionar. De ter as suas referências e as suas utopias. O 25 de Abril de 74 é, por definição, juvenil, no sentido em que foi irreverência, resistência ao status quo, criação.
Com este painel, pretende-se dar a voz às/aos jovens.
Sem paternalismos. Com atenção.
Moderação e participação
• Filipa Bento
Associação All Aboard
• Iza da Costa
Associação Inspira Atitude
• Miguel Azenha
Ex-Presidente da Associação de Estudantes da Escola Secundária de Pinhal Novo
• Estudantes da Escola Secundária de Palmela,Escola Secundária de Pinhal Novo e Escola Básica José Saramago (Poceirão)
16h30
Encerramento
Cine-Teatro S. João, Palmela
21h30
Anónimos de Abril
Espetáculo musical com Rogério Charraz, Joana Alegre, José Fialho Gouveia e João Afonso
Entrada gratuita mediante levantamento de bilhete.