Ei-lo que aterra, finalmente. Não o maior avião do mundo mas todo um aeroporto. O novo aeroporto internacional de Lisboa Luís de Camões. Novo aeroporto em Alcochete que custará, pelo menos, 6105 milhões de euros. A decisão, anunciada ao país pelo Governo esta semana, após a reunião de Conselho de Ministros é concordante com a recomendação da Comissão Técnica Independente (CTI) criada pelo executivo de António Costa.
Esta obra prioritária (apesar dos mais de cinquenta anos que medeiam o primeiro estudo para um novo aeroporto e o dia de hoje) e estruturante, ficará concluída até 2031, que é também o ano apontado para conclusão da segunda pista do “Luís de Camões”.
A CTI defendia no relatório final, apresentado em Março, a implementação de uma solução “Portela +1”, com a manutenção do Aeroporto Humberto Delgado complementando-o com Alcochete, até que esta localização estivesse concluída e em pleno funcionamento. Esta conclusão diz respeito à abertura da segunda pista do “ Luís de Camões” que é o número de pistas minimamente viável pela CTI.
Mas porquê Alcochete e não o Montijo, Vendas Novas ou até Rio Tinto, localizações essas que ao longo do tempo gozaram de um aparente favoritismo quanto à decisão final? Por quatro razões fundamentais, a saber:
- Alcochete localiza-se inteiramente em terrenos públicos, não havendo portanto, necessidade de proceder a expropriações de terrenos em mãos de privados, que levariam inevitavelmente a mais tempo e dinheiro gastos.
- Em segundo lugar, Alcochete pela sua localização, face a Lisboa, está mais próxima do centro desta e portanto de mais rápido e fácil acesso à nova infraestrutura aeroportuária.
- Não menos importante é o facto de a localização definitiva do aeroporto, ter já recebido uma declaração positiva de impacto ambiental, embora caducada neste momento.
- E por último, a proximidade também a importantes eixos, tanto rodoviários como ferroviários, presentes e futuros.
Apesar da decisão sobre a localização já estar tomada, inicia-se agora um longo caminho até ao início das obras propriamente ditas. O Governo, apresentará à ANA- Aeroportos de Portugal, o pedido de preparação de candidatura; esta, por seu turno e num prazo máximo de 6 meses, apresentará um relatório inicial.
Seguir-se-ão relatórios que incidirão sobre as consultas mantidas, um relatório sobre o local selecionado, um novo estudo de impacto ambiental, e dois relatórios técnico e financeiro.
Tudo somado temporalmente, dará uma janela de quase quatro anos para a conclusão da candidatura e o início das obras; obras essas que terão como primeira meta a conclusão da primeira pista em 2030 e da segunda em 2031.
Os custos totais deverão estacionar na casa dos 6105 milhões de euros, após a construção de ambas as pistas, estando a primeira orçada em 2874 milhões de euros e a segunda em 3231 milhões de euros. Até lá, partidas e chegadas serão no “Humberto Delgado”.