Península de Setúbal: Aposta Segura para Investimento Imobiliário na Área Metropolitana de Lisboa

A Península de Setúbal tem sido o centro das atenções quando se trata de crescimento imobiliário na Área Metropolitana de Lisboa (AML). De acordo com dados da Confidencial Imobiliário (CI) relativos ao terceiro trimestre de 2023, os concelhos da região têm registado as maiores valorizações do preço das casas, deixando Lisboa para trás nesse quesito.

Consolidação da Margem Sul como Alternativa Acessível

Os concelhos da Margem Sul têm consolidado a sua posição como uma alternativa acessível para a compra de imóveis, especialmente diante dos altos preços praticados em Lisboa. Tanto as famílias portuguesas quanto os estrangeiros têm encontrado na região uma opção viável.

Ricardo Guimarães, diretor da CI, destaca que a Margem Sul surge como uma potencial ganhadora na crise da subida dos juros e da inflação, no contexto pós-pandemia e do encarecimento da habitação. Apesar dos preços médios por metro quadrado na Margem Sul corresponderem a cerca de um terço do valor praticado em Lisboa (€1.500/m2), a superação dessa barreira de preço comprova a forte valorização experimentada por estes mercados nos últimos anos.

Valorizações Expressivas nos Concelhos da Península de Setúbal

No terceiro trimestre de 2023, os concelhos da Península de Setúbal mostraram uma valorização expressiva no preço das casas. A Moita, por exemplo, estabeleceu um mínimo regional ao atingir €1.573/m2, registrando uma valorização de 23,24%. Em seguida, destacam-se Sesimbra (21,53%), Setúbal (21,10%), Barreiro (19,68%), Seixal (18,36%), Alcochete (18,32%), Almada (18,02%), Palmela (18,87%) e Montijo (14,49%).

Em termos de preços, Almada lidera na Margem Sul, com vendas a €2.474/m2, um valor equivalente ao praticado em Odivelas e superior até mesmo a Amadora e Sintra, mercados da primeira coroa de Lisboa.

Oportunidades para a Margem Sul

Ricardo Guimarães destaca que a Margem Sul pode aproveitar a crise atual do setor imobiliário. Para isso, é necessário criar mais condições para a construção acessível à classe média, como a redução de custos com licenciamento, fiscalidade e preço dos terrenos. Além disso, projetos de mobilidade e de coesão entre as duas margens do rio Tejo são essenciais para o desenvolvimento da região.

Patrícia Barão, diretora do departamento residencial da consultora JLL, confirma o aumento exponencial da procura pelos concelhos da margem sul, principalmente por parte de portugueses que são pequenos aforradores e investidores. Ela destaca que o investimento inicial é menor e as rentabilidades são superiores às de Lisboa.

Há também uma procura significativa por parte de clientes internacionais, especialmente franceses, alemães e belgas, em zonas como Alcochete, Seixal, Montijo e Setúbal. Esta procura está voltada para localizações periféricas com projetos habitacionais de qualidade e escala, como o previsto para a frente ribeirinha de Cacilhas.

Investimento e Reabilitação de Imóveis

Uma tendência de mercado na região é a compra de um ou mais apartamentos em novos empreendimentos para posterior colocação no mercado de arrendamento, aproveitando a alta procura. Desta forma, é possível combinar a valorização do imóvel com o rendimento gerado pelo arrendamento.

Além disso, há uma procura constante por parte de promotores imobiliários por lotes de terreno para a construção de habitação nestas localizações. Os imóveis usados acompanham o aumento de preços dos novos, e há um mercado forte de compra de imóveis usados em mau estado para reabilitação e posterior venda a valores próximos aos dos imóveis novos.

Regionalização nas Áreas Metropolitanas de Lisboa e Porto

Paulo Caiado, presidente da Associação dos Profissionais e Empresas de Mediação Imobiliária de Portugal (APEMIP), destaca que o grande aumento de preços em Lisboa tornou localizações como Alcochete, Montijo, Barreiro e Seixal alternativas viáveis para as famílias. Isto tem consequências em termos de preços, como as que estão a ocorrer na Área Metropolitana de Lisboa e do Porto.

Segundo Caiado, mais de 90% das transações esperadas para este ano são de imóveis residenciais usados, com as transações de imóveis novos tendo uma expressão reduzida. As famílias, procurando escapar dos altos preços de Lisboa, estão a optar por comprar imóveis com tipologias T3 ou T4, ou até mesmo moradias, em outras geografias, como a Margem Sul.

“Acredito que, devido ao que está a acontecer no setor imobiliário, estamos a testemunhar uma verdadeira regionalização nas áreas de Lisboa e Porto. Não por decreto, mas por vontade e necessidade das pessoas”, afirma o presidente da APEMIP. Este movimento das áreas urbanas para as áreas circundantes às grandes metrópoles cria um desafio para os governantes em relação à mobilidade.

A Península de Setúbal tem-se destacado como uma opção atraente para investimento imobiliário na Área Metropolitana de Lisboa. Os concelhos da Margem Sul têm registado valorizações expressivas nos preços das casas, consolidando a sua posição como uma alternativa acessível aos altos preços praticados em Lisboa. Além disso, a região oferece oportunidades de investimento e reabilitação de imóveis, atraindo tanto portugueses como investidores estrangeiros.

A Península de Setúbal revela-se como uma aposta segura para quem procura investir no mercado imobiliário, oferecendo um equilíbrio entre qualidade de vida, acessibilidade e potencial de valorização dos imóveis. Seja para quem procura um lar ou para quem deseja fazer um investimento rentável, a região apresenta diversas oportunidades que merecem ser exploradas.

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