A vida que vivemos é a que passa por nós desde o dia em que nascemos até ao dia em que morremos, e é nela, ou com ela, que experienciamos tudo o que nos rodeia, através dos nossos sentidos e da nossa perceção. O universo existe muito antes de nós e tudo foi pensado ou desenhado sem a nossa intervenção. O ser humano apenas tem de participar na vida, desfrutando das oportunidades e seguindo em frente na busca de novos desafios e sensações.
Viver é por isso algo natural, que acontece por si só, entre cada respiração que temos.
Contudo, o Homem ao longo dos tempos foi trabalhando e construindo coisas, com o sonho de desenhar outro mundo, e o progresso e o desenvolvimento tecnológico trouxeram-nos à realidade atual que vivemos.
Hoje não existe apenas o mundo real, e em contraponto temos também o mundo virtual. Alguns defendem que esta recente «criação» faz parte do anterior, outros entendem que é algo novo, que vive por si à margem de qualquer outro. Certo é que o mundo virtual conquista todos os dias novos seguidores, e alguns deles, muitas vezes sem se dar conta, tornam-se dependentes desta forma de estar na vida e afastam-se totalmente do mundo real. A exposição “a Vida (ENTRE) e a Morte” aborda esta questão, na seleção de obras que integra, e que pretendem valorizar a importância da vida real, da natureza e da beleza simples das coisas que existem, explorando o contraste com o que antevemos que poderá ser a evolução humana, se muitos de nós continuarem a seguir um caminho de exclusão social e de retiro humano, que nos transporta para as sensações e experiências virtuais, como uma forma de vida alternativa.
A técnica utilizada nos trabalhos é particular e original do autor, que realiza gravuras em cartão grosso reciclado, com o uso de x-ato, expressando uma técnica mista na fronteira entre o spraypainting e a escultura, apresentando ainda contornos de aproximação à arte urbana mais conhecida.
Mais do que um momento de exposição artística, o autor pretende que as suas obras e o percurso de leitura e observação que o visitante é convidado a fazer possam ser também um momento de reflexão e sentimento sobre o tema, porque é importante reconhecer o momento atual e decidir a cada momento o caminho que se segue.
De terça-feira a sábado, das 15 às 19 horas, até 26 de outubro, está patente na Galeria Municipal de Corroios, no Seixal, a Exposição de Zacky Santos, integrada nas comemorações dos 50 anos do 25 de Abril. A não perder.