“Prometeu/Artaud”: Uma Reflexão Teatral sobre Poder e Criação em Almada

O projeto Prometeu/Artaud é uma proposta inovadora que une duas figuras emblemáticas da dramaturgia: Ésquilo e Antonin Artaud. Sob a direção de Álvaro Correia, esta encenação procura explorar a dinâmica do poder e a luta pela liberdade, refletindo sobre o impacto que a força exerce sobre o indivíduo. Sobe ao palco a 2 e 3 de novembro na Sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB), em Almada.

A Conexão entre os Textos

O díptico Prometeu/Artaud é composto por duas peças fundamentais: Prometeu Agrilhoado, de Ésquilo, e Momo, de Antonin Artaud. Estas obras, embora distintas em estilo e época, compartilham um tema central: a resistência contra a opressão. A escolha de Ésquilo destaca a figura de Prometeu como um símbolo de rebeldia e sacrifício, enquanto Artaud, com a sua abordagem avant-garde, oferece uma visão contemporânea sobre a luta pela autenticidade.

Ambos os textos abordam a relação entre o indivíduo e o poder, refletindo sobre como a sociedade molda e submete o ser humano a normas muitas vezes arbitrárias. Esta tensão é o que torna o díptico tão pertinente, especialmente num mundo onde as questões de liberdade e identidade estão em constante debate.

A Direção de Álvaro Correia

Álvaro Correia, professor do Departamento de Teatro da Escola Superior de Teatro e Cinema, traz uma vasta experiência para a encenação. Com um histórico de colaborações em diversas produções, a sua capacidade de interpretar e dar vida a textos complexos é um dos pilares que sustentam esta obra. Correia não dirige apenas, mas também atua, trazendo uma visão única e pessoal aos personagens que interpreta.

A Visão Criativa

A abordagem de Correia para Prometeu/Artaud é marcada por uma profunda análise dos textos. Ele não procura apenas reproduzir as palavras, mas também transmitir as emoções e as tensões subjacentes que permeiam as obras. Esta visão criativa é essencial para a construção de uma narrativa que ressoe com o público contemporâneo.

A Música e a Cenografia

A música original, composta por Vitória, desempenha um papel crucial na atmosfera da peça. A sonoridade escolhida por Vitória complementa a ação no palco, mas também intensifica as emoções vivenciadas pelos personagens. A música é uma extensão da narrativa, ajudando a criar uma experiência imersiva para o espectador.

Cenografia e Iluminação

A cenografia, projetada por André Guedes, e o desenho de luz, de Manuel Abrantes, são elementos que enriquecem a encenação. A escolha dos espaços e a iluminação são cuidadosamente orquestradas para refletir a tensão entre o poder e a resistência. Cada detalhe é pensado para criar um ambiente que transporte o público para o universo dramático proposto.

Um Elenco Talentoso

O elenco é composto por atores de qualidade, incluindo Álvaro Correia, Adriana Aboim, David Esteves, Bruno Soares Nogueira, Júlia Valente e Carla Bolito. Cada um traz a sua própria interpretação e profundidade aos personagens, contribuindo para a complexidade da narrativa.

Expectativas e Reações

As apresentações de Prometeu/Artaud ocorrem nos dias 2 e 3 de novembro de 2024 (sábado às 21h, domingo às 16h), na Sala Experimental do Teatro Municipal Joaquim Benite. A expectativa em torno da obra é alta, com o público ansioso para testemunhar a interpretação única de Correia e seu elenco. A peça tem uma classificação etária para maiores de 16 anos e o preço do bilhete é de 13 euros, pode adquirir o seu aqui

Prometeu/Artaud é mais do que uma simples encenação; é uma reflexão profunda sobre poder, liberdade e a condição humana. Sob a direção de Álvaro Correia, a obra promete provocar discussões e emoções, convidando o público a questionar as suas próprias crenças e normas. Ao unir as vozes de Ésquilo e Artaud, esta produção oferece uma experiência teatral rica e complexa que ressoa com os desafios contemporâneos.

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