Quem é de Alcochete sabe quem é, e quem visita cruzar-se-á com a sua estátua, com toda a certeza. De quem lhe falamos? De Padre Cruz, também conhecido como “Santo” Padre Cruz. Vai poder descobrir o porquê de ter uma estátua em sua homenagem e a sua importância, não só na vila, como um pouco por todo o país.
Dia 29 de julho de 2023, passam-se 164 desde o seu nascimento na vila Alcochetana. Nascido em 1859, rapidamente viu um futuro na teologia, matéria que seguiu na Universidade de Coimbra, tendo-se formado em 1880 para, passados dois anos de se tornar sacerdote. Apesar de não ter contado com uma “saúde de ferro”, já desde tenra idade, ninguém o diria, pois só viria a falecer com 89, em 1948, em Lisboa. Quando contados simples factos, como os acima referidos, pouco se conta sobre a dedicação com que viveu toda a sua vida.
Quer a religião católica faça parte das suas crenças ou não, os atos e devoção de Padre Cruz ao povo não foram indiferentes perante a sociedade. De Norte a Sul do país, não só em igrejas, mas também em cadeias e hospitais era possível encontrá-lo em missões. Mais do que qualquer outra coisa trazia esperança, conforto e alívio a quem achava que já não poderia alcançá-lo. A vivência de qualquer pessoa não é feita de apenas uma oportunidade e “Santo” Padre Cruz sempre defendeu isso. Justiça e solidariedade fizeram sempre parte do seu vocabulário e espelhavam-se nas suas ações. O sacerdote ficou, também, conhecido por ter oficializado a primeira comunhão de um dos três pastorinhos, Lúcia dos Santos, apelidada mais tarde como irmã Lúcia.
Várias são as histórias por contar que pode ler no livro “Padre Cruz. O Santo do Povo”, de Ana Catarina André e Sara Capelo. Apesar de ter vivido um pouco por todo o país, teve como berço Alcochete, local onde é recordado através da sua estátua no centro da vila.