As Bibliotecas Humanas têm-se revelado uma atividade enriquecedora nas redes municipais de bibliotecas em todo o mundo. E em Almada não poderia ser diferente. Com o intuito de estimular a partilha de experiências e conhecimentos, a rede municipal de bibliotecas de Almada lançou a iniciativa “Bibliotecas Humanas”, que irá proporcionar momentos de diálogo sobre a Revolução dos Cravos e a história da cidade.
Profissões e Trabalho: um Olhar sobre Almada antes e depois do 25 de Abril
A primeira sessão das “Bibliotecas Humanas” teve como tema “Profissões e trabalho antes e depois do 25 de Abril em Almada”. Os dinamizadores Davide Freitas e Luís Barradas propuseram uma reflexão sobre as profissões que desapareceram ao longo dos anos, a importância da indústria naval na cidade, as indústrias que existiram no Ginjal e no Caramujo e como era o comércio antigamente.
Nesse encontro, que decorreu no passado dia 18 na sala polivalente do Fórum Romeu Correia, os participantes tiveram a oportunidade de trocar experiências e conhecimentos, refletindo sobre o impacto social e económico destas transformações na cidade de Almada.
Uma Biblioteca de Verdade: Livros Vivos em Conversa
A proposta das “Bibliotecas Humanas” é inovadora e cativante. Ao invés de folhear páginas, os participantes são convidados a conversar com pessoas reais, que se tornam verdadeiros “livros vivos”. Esta abordagem permite que os participantes descubram mais sobre a vivência e perspectivas de cada pessoa, promovendo o diálogo entre diferentes culturas, idades e géneros.
Davide Freitas destaca que, tendo em conta que em 2024 se comemoram os 50 anos do 25 de Abril, é fundamental refletir sobre como era viver antes e depois dessa data tão marcante na história de Portugal. E é isso que as “Bibliotecas Humanas” proporcionam: uma viagem no tempo através dos relatos e vivências de pessoas que testemunharam essas transformações.
O Futuro das “Bibliotecas Humanas” em Almada
A atividade “Bibliotecas Humanas” será realizada de forma rotativa pelas três bibliotecas da rede municipal de Almada, com periodicidade mensal, durante a semana, das 15h às 18h. Esta iniciativa, que teve início em 1993 por um grupo de jovens dinamarqueses, é reconhecida pelo Conselho Europeu como uma boa prática a ser encorajada nas bibliotecas públicas.
Com o objetivo de proporcionar momentos de aprendizagem, troca de conhecimentos e reflexão, as “Bibliotecas Humanas” tornam-se um espaço único para conhecer e valorizar a história de Almada e das pessoas que a vivenciaram. Afinal, como diz Davide Freitas, “os livros são pessoas em carne e osso”. E é através dessas pessoas que podemos (re)descobrir a riqueza e diversidade cultural de uma comunidade.
Ao longo do ano, vários temas serão debatidos. Em 2024 os temas serão os seguintes:
- Janeiro – Profissões e trabalho
- Fevereiro – Movimento associativo
- Março – Arquitetura e Urbanismo: mobilidade, bairros, ruas, praças, jardins…
- Abril – Resistência política
- Maio – Desporto
- Junho – Festas Populares: carnaval, São João, Natal, burricadas…
- Julho – Lazer: praia, passeios, piqueniques…
- Setembro – Educação e Escola
- Outubro – Gastronomia: receitas, restaurantes, mercados, mercearias…
- Novembro – A infância e juventude em Almada
- Dezembro – Guerra colonial
Esta é uma forma de promover a inclusão, o diálogo e a partilha de conhecimentos, fortalecendo os laços entre os membros da comunidade. Almada revela-se, assim, um lugar onde a história e a cultura são vivas e pulsantes, prontas para serem descobertas e valorizadas por todos.
Portanto, se está interessado em conhecer mais sobre a história de Almada, não deixe de participar nas “Bibliotecas Humanas” e nos eventos culturais promovidos na cidade. Afinal, é através destas experiências que podemos conectar-nos com o passado, compreender o presente e construir um futuro mais rico e inclusivo.