A Câmara Municipal de Palmela inaugurou, no dia 1 de abril, a Exposição “O Sonho ao Poder”, patente ao público no Cine-Teatro S. João, em Palmela. Esta exposição, que faz parte do programa comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril no concelho, é promovida pela Associação LPV – Museu do Bem Estar e presta homenagem a Mário Viegas, um dos maiores atores portugueses do período pós-25 de Abril.
Quem foi Mário Viegas?
António Mário Lopes Pereira Viegas nasceu a 10 de novembro de 1948, em Santarém. Considerado o maior ator do pós-25 de Abril, Mário Viegas começou a fazer teatro amador aos 15 anos. Após frequentar a Faculdade de Letras e o Conservatório Nacional em Lisboa, estreou-se no Teatro Experimental de Cascais (TEC). Em 1969, juntou-se ao Teatro Universitário do Porto e, em 1970, regressou ao TEC.
Mário Viegas tornou-se conhecido como declamador e gravou vários álbuns. Iniciou a sua carreira no cinema em 1975, com o filme “O Funeral do Patrão”. Foi um dos membros fundadores do grupo A Barraca, em 1976. Aqui, interpretou um dos papéis mais inesquecíveis da sua carreira teatral: D. João VI (1979), que lhe valeu o prémio de melhor ator no Festival de Teatro de Sitges.
No cinema, foi um dos “atores fetiches” de José Fonseca e Costa, com quem trabalhou em “Kilas, o Mau da Fita” (1981), “Sem Sombra de Pecado” (1983), “A Mulher do Próximo” (1988) e “Os Cornos de Cronos” (1991). Trabalhou também sob a orientação de Artur Semedo em “O Rei das Berlengas” (1978), Manoel de Oliveira em “A Divina Comédia” (1991) e Roberto Faenza em “Afirma Pereira” (1996).
Fez também televisão, apresentando os programas “Palavras Ditas” (1986) e “Palavras Vivas” (1990), onde recitava poemas de Fernando Pessoa, Mário de Sá-Carneiro, António Nobre, Cesário Verde e Pablo Neruda.
Mas foi no teatro que alcançou os seus maiores momentos: em 1991, fundou a Companhia Teatral do Chiado, onde obteve grande sucesso com a peça “Europa Não! Portugal Nunca!” (1995). Ao mesmo tempo, aventurou-se na política: nas Eleições Legislativas de 1995, integrou a lista da UDP e, no mesmo ano, anunciou a sua candidatura à Presidência da República, com o slogan “O Sonho ao Poder”, obtendo algum apoio da classe universitária de Lisboa. No entanto, a síndrome da imunodeficiência adquirida, da qual viria a falecer, impediu-o de ir a votos.
Pelo seu percurso e méritos artísticos, foi várias vezes premiado por diferentes organizações culturais, nomeadamente pela Casa da Imprensa, pela Associação Portuguesa de Críticos de Teatro e pelo Secretário de Estado da Cultura. Em 1993, recebeu a Medalha de Mérito da cidade de Santarém e, em 1994, foi agraciado com a Ordem do Infante D. Henrique pelo então Presidente da República Portuguesa, Mário Soares.
A Exposição “O Sonho ao Poder” em Palmela
A Exposição “O Sonho ao Poder” é uma homenagem a Mário Viegas, um dos grandes nomes do teatro português. Esta mostra, que estará patente ao público até 30 de abril, no Cine-Teatro S. João, em Palmela, apresenta as diferentes facetas do homem, ator e recitador que foi Mário Viegas.
Promovida pela Associação LPV – Museu do Bem Estar, esta exposição conta com a presença de painéis e peças do espólio pessoal de Mário Viegas, oferecendo aos visitantes a oportunidade de conhecer mais sobre a sua vida e carreira. Ao visitar esta exposição, os visitantes poderão mergulhar no universo do teatro e descobrir as várias personagens interpretadas por Mário Viegas ao longo da sua carreira.
A Exposição “O Sonho ao Poder” é uma iniciativa integrada no programa comemorativo dos 50 anos do 25 de Abril no concelho de Palmela. Através desta exposição, pretende-se homenagear não só Mário Viegas, mas também a língua portuguesa e o teatro, duas áreas que foram fundamentais na vida do artista.
Não perca a oportunidade de visitar a Exposição “O Sonho ao Poder” em Palmela e conhecer mais sobre Mário Viegas. Esta é uma experiência enriquecedora para todos os amantes de teatro e cultura em geral. A exposição estará aberta até 30 de abril, durante o horário de funcionamento do Cine-Teatro S. João, em Palmela.