Francis Graça (1902-1980) foi uma figura seminal na dança profissional em Portugal. A sua trajetória artística abrangeu diferentes fases e influências, desde o modernismo até à sua militância na dança. Neste artigo, exploraremos a vida e o legado de Francis Graça, destacando os seus passos iniciais na dança profissional e a sua contribuição para a dança portuguesa. A exposição “Francis Graça: Dança, Esplendor e Sombras” oferece uma visão abrangente da sua carreira e personalidade, revelando aspectos menos conhecidos da sua vida, profissional e pessoal.
Início de carreira e Modernismo
Na primeira fase da sua carreira, Francis Graça inseriu-se no movimento modernista, juntando-se a outros artistas e intelectuais vanguardistas. Esta parceria permitiu que explorasse novas abordagens artísticas e experimentasse diferentes formas de expressão. Foi nesse período que desenvolveu interesse pela dança e começou a destacar-se como bailarino.
A popularidade na Revista e a inovação com as “girls”
Durante a sua trajetória, Francis Graça alcançou grande popularidade como bailarino na Revista. No entanto, a sua contribuição vai além do seu talento como intérprete. Ele também inovou nesse género ao introduzir as “girls”, coristas que recebiam treinamento físico e técnico em dança. Essa abordagem inovadora ainda não existia na época, e Francis Graça foi pioneiro ao elevar o nível de habilidade das coristas, trazendo um novo dinamismo aos espetáculos de Revista.
Intervenções eruditas e recitais independentes
Além da sua atuação na Revista, Francis Graça também se interessou por intervenções de caráter mais erudito. Apresentou recitais independentes para um público seleto, demonstrando versatilidade e talento como bailarino. Essas performances eram uma oportunidade para explorar a dança de uma maneira mais profunda e expressiva, expandindo os limites do que era considerado tradicional na época.
Digressões internacionais e embaixadas culturais
O reconhecimento internacional de Francis Graça foi consolidado através das suas digressões em embaixadas culturais do Secretariado de Propaganda Nacional. Ele representou Portugal em diversos países, levando a dança portuguesa para além-fronteiras. Essas experiências enriqueceram a sua visão artística e trouxeram novas influências para o seu trabalho.
A fase Verde-Gaio e o projeto estético-ideológico
O ponto alto da carreira de Francis Graça foi a fundação dos Bailados Portugueses Verde-Gaio, em 1940. Essa companhia de bailado serviu como um projeto estético-ideológico, procurando estabelecer uma identidade única para a dança portuguesa. Francis Graça não apenas coreografou e dançou nessa companhia, mas também se dedicou a promover uma visão particular da dança, alinhada com as suas convicções artísticas e ideológicas.
A personalidade de Francis Graça
A exposição “Francis Graça: Dança, Esplendor e Sombras” pretende revelar aspectos mais pessoais da vida de Francis Graça, oferecendo um vislumbre da sua personalidade e pensamentos sobre a dança. Ao longo da sua carreira, destacou-se num país sem tradição académica na dança, inventando o que significava “ser bailarino”. A exposição apresenta uma oportunidade única para conhecer a vida e o legado deste homem notável.
Pode visitar a exposição até 30 de dezembro, no Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada. A entrada é grátis e o horário de visitação é o seguinte:
- Quinta a sábado: 19h às 21h30
- Domingo: 13h às 19h
Para mais informações sobre a exposição, visite o site oficial.
A vida e o trabalho de Francis Graça marcaram a dança profissional em Portugal. A sua contribuição para a dança, tanto na Revista quanto na criação dos Bailados Portugueses Verde-Gaio, são exemplos da sua visão inovadora e comprometimento com a arte. A exposição “Francis Graça: Dança, Esplendor e Sombras” oferece uma oportunidade única para conhecer mais sobre a sua trajetória e apreciar a sua genialidade e paixão pela dança. Não perca a oportunidade de embarcar nesta jornada pela vida deste bailarino excepcional.