Está a decorrer a 9.ª edição do programa Há Música na Casa da Cerca, desenvolvido pela Casa da Cerca – Centro de Arte Contemporânea em parceria com a PontoZurca – editora e produtora discográfica. O programa teve início em maio e prolongar-se-á até ao dia 18 de novembro, data em que se comemora o aniversário do Centro de Arte Contemporânea.
O Há Música na Casa da Cerca realiza-se anualmente em vários espaços da Casa, apresentando uma seleção musical eclética nos formatos “Música nas Exposições” e “Concertos ao Pôr do Sol”. O primeiro propõe a apresentação de composições musicais que interagem com as obras de uma exposição ou com o seu espaço envolvente. Por sua vez, os concertos acontecem no Jardim Botânico e convidam a desfrutar, ao final do dia, da bela vista sobre o Tejo acompanhada de música.
Confira abaixo os espectáculos, em ambos os formatos, ainda em agenda até ao final desta edição do programa. A entrada é sempre gratuita, embora sujeita à lotação do espaço.
CONCERTOS AO PÔR DO SOL
29 Julho – 21h30
COLADERA
Projeto encabeçado pelo brasileiro Vitor Santana e pelo português João Pires. Celebra a ponte cultural entre Brasil, Portugal e a Lusofonia, num diálogo baseado em violões, percussões e vozes. Ouvem-se ecos da África, do candomblé, do fado e do flamenco, do samba, da rumba e do mambo, um português com sotaques diferentes, a electrónica nascida do acústico. Com oito anos de estrada, e apresentações em palcos importantes do mundo, o grupo traz agora o seu mais recente disco “La Dôtu Lado”, distinguido como um dos melhores álbuns de 2018 pela Songlines e pela Folha de São Paulo.
26 Agosto – 21h30
MARTÍN SUED & ORQUESTRA ASSINTOMÁTICA
Sexteto instrumental liderado pelo bandoneonista Martín Sued. Criado durante o ano de 2020, o grupo apresenta um repertório de composições originais que inclui os instrumentos característicos de uma formação tradicional de tango, mas que utiliza essas raízes para caminhar para além das fronteiras do género. Para além da música, os espetáculos de Martín Sued & Orquestra Assintomática distinguem-se pela dimensão cénica e performativa, que faz o público mergulhar nesta sonoridade única, feita de cores contemporâneas e iluminada pela tradição popular argentina.
30 Setembro – 21h30
CABRITA TRIO
Projeto em nome próprio de João Cabrita, saxofonista amplamente reconhecido no panorama musical nacional. Como músico, compositor e diretor musical, tem uma carreira de 30 anos de colaborações em discos e presenças em palco a acompanhar nomes maiores do universo da música portuguesa, dos mais variados géneros que vão do jazz ao rock ou à eletrónica, atravessando o universo pop-rock. O seu primeiro disco, lançado no final de 2020, foi distinguido por vários meios e jornalistas como um dos melhores discos do ano. No início de 2022 começou o projeto Cachorro sem Dono, com Stereossauro, e este ano prepara a chegada do seu novo álbum a solo.
MÚSICA NAS EXPOSIÇÕES
28 Outubro – 18h00
WILL SAMSON
O músico britânico, residente em Portugal desde janeiro de 2022, criou a sua própria editora, Human Chorus, para lançar Active Imagination, disco que celebra dez anos de carreira discográfica. A sua vida tem sido passada entre Inglaterra (nasceu em Oxford e viveu em Bristol e em Brighton), a Austrália Ocidental (para onde viajou ainda criança com os seus pais) e também por Bruxelas, Porto e Almada. Sobre as constantes mudanças, o próprio Will Samson explica-nos que “sem um lar ancestral meu, ou antes, com uma série de possibilidades, é fácil sentir uma conflituosa crise de identidade – mesmo que a um nível subtil. Esses sentimentos aparecem muitas vezes como sonhos que depois dão forma a canções”.
18 Novembro – 18h00
HUH!
Os HUH! tiveram a sua origem em 2019, com a partilha e o desenvolvimento de ideias na linguagem musical entre Bruno Ramos, Guilherme Rodrigues, Miguel Fernández e Zé Maria Carreira. A música do grupo contém elementos que podem identificar-se com géneros tais como o jazz, free-jazz, improv, rock, noise, experimental, eletrónica, ambient, minimal, contemporâneo. A grande variedade de influências e atitudes assumidas traduz-se numa postura, perante a composição de cada peça ou concerto, como um sistema independente, em que as regras podem ser muito diversas. Daí surgem constantes processos de metamorfose e colaborações com outras entidades, para diferentes ocasiões.