Depois de Estaleiros, Baralha, Provisional Figures e Selvagem, Marco Martins regressa a uma temática que lhe é familiar; o trabalho.
O trabalho levado a cabo por 8 mulheres imigrantes, que desempenham funções de cuidadoras e de empregadas domésticas e que no decurso das suas vidas protagonizam um movimento constante e certo no interior de vários caminhos: entre a periferia e o centro da capital, entre a sua casa e a casa de quem as emprega, e entre o país de origem e o país de destino, Portugal. É assim, Pêndulo, que sobe ao palco do Teatro Municipal Joaquim Benite, no próximo dia 22 de Dezembro.
Marco Martins, realizador e encenador, leva aos palcos desde Junho, um objecto de trabalho colectivo multidimensional na medida em que não é só teatro, por ser mais do que ficção, por ter características de cinema e ultrapassar o género de documentário.
O elenco é, como já referimos, composto por 8 mulheres de diferentes faixas etárias. Foi reunido através de entrevistas de rua, em paragens de autocarro, cafés ou por indicação dos municípios. De um grupo inicial de 18 mulheres, chegou-se ao número de actrizes que tem subido aos palcos nacionais.
Uma vez escolhido o grupo, seguiu-se um período de trabalho multidisciplinar que compreendeu vários workshops: de escrita, com Djaimilia Pereira de Almeida; de música, com os Tia Maria; e de movimento com Vânia Rovisco. Este processo foi criando uma espécie de vocabulário e vários tipos de materiais a explorar.
O Pêndulo resultou de um convite da Artemrede que opera em 18 municípios à volta de Lisboa. É um projeto Arena Ensemble em coprodução com ARTEMREDE, São Luiz Teatro Municipal. Teatro Municipal do Porto – Rivoli, Rota Clandestina/C.M. Setúbal.
Envolve participantes dos municípios de Barreiro, Almada, Lisboa e Montijo.
Estreou no Auditório Municipal Augusto Cabrita, no Barreiro e chega na próxima sexta-feira, dia 22 de Dezembro ao palco do Teatro Municipal Joaquim Benite pelas 21 horas. A não perder!