Salinas do Samouco

As Salinas do Samouco estão integradas no espaço da Reserva Natural do Estuário do Tejo, localizada às portas da cidade de Lisboa. Este complexo de 360 hectares constitui a maior zona húmida do país e uma das mais importantes da Europa, tendo uma enorme importância ambiental.

Fundação das Salinas

A Fundação das Salinas leva a cabo uma série de iniciativas junto da população que visam dar a conhecer o seu trabalho, promover o respeito e preservação da natureza e oferecer alguma formação nas suas áreas de ação. Dentro destas iniciativas estão as caminhadas pela zona das salinas, quer guiadas por um monitor, que se realizam todos os sábados e domingos de manhã, mediante marcação, ou individualmente sendo para tal apenas necessário aquisição de bilhete.

No dia 22 de Julho a Fundação irá organizar o FestiSal onde os participantes terão oportunidade de conhecer o trabalho nas salinas e ser salineiro por um dia participando na rapação do sal. Para quem tem interesse pelas diferentes espécies de aves que fazem do Estuário do Tejo a sua casa, a Fundação organizará um Curso de Iniciação à Observação de Aves Aquáticas que terá lugar no dia 2 de Agosto e terá um custo de 15€ por participante. A Fundação conta ainda com um programa de atividades lúdicas para a participação de alunos das escolas da região.

História e função das Salinas

Os primeiros registos de produção de sal na região datam do século XIII tendo atingido o seu máximo de produção entre as décadas de 30 a 50 do século passado. O complexo é constituído por 56 salinas centenárias que formam um labirinto de diferentes tanques alimentados por esteiros e canais que transportam até estes água oriunda do estuário. No auge da sua produção, as Salinas do Samouco empregavam entre 1000 a 1500 pessoas tendo esta chegado a ser considerada a maior fonte de sal do país com uma produção anual de 110 a 120 mil toneladas por ano.  

Com o passar do tempo, as salinas foram gradualmente abandonadas sendo hoje geridas principalmente para a avifauna da região. A única salina atualmente em atividade é a Salina do Canto que origina anualmente entre 200 a 300 toneladas de sal. Nesta é produzido tanto Sal Marinho tradicional como Flor de Sal. Contudo, esta não é a única função das Salinas do Samouco.

Devido à sua localização estratégica, e diferentes habitats envolventes, estas salinas são albergue de uma grande variedade de animais selvagens e paragem habitual de centenas de milhares de aves aquáticas sobretudo durante o período da Invernada. Devido ao efeito das marés, durante o período de baixa-mar, fica a descoberto uma enorme superfície de lodo que é casa de milhares de invertebrados que serão a base da alimentação destas aves limícolas. Através do controlo do nível da água das salinas e da abundância de alimento, estas aves conseguem alimentar-se mesmo durante a maré cheia.

Para além de assegurar estas condições, a Fundação das Salinas do Samouco conta também com uma equipa de técnicos independentes que todos os meses conta o número de aves tanto na área da Fundação como nas áreas adjacentes do Estuário de forma a avaliar a eficácia das medidas de gestão implementadas. A Fundação possui ainda uma estação de anilhagem de aves selvagens, num trabalho levado a cabo por voluntários credenciados que permitem monitorizar a evolução das populações de aves das salinas ao longo do ano, sendo esta uma importante ferramenta de gestão ambiental.

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