Imersão na Ópera de Philip Glass: Explorando “Na Colónia Penal” no Festival dos Capuchos

Imersão na Ópera de Philip Glass: Explorando “Na Colónia Penal” no Festival dos Capuchos

Prepare-se para uma jornada emocionante e intelectualmente estimulante no Festival dos Capuchos 2024, onde a ópera de câmara “Na Colónia Penal” de Philip Glass será apresentada no Teatro Municipal Joaquim Benite (TMJB). Baseada no conto homónimo de Franz Kafka, adaptado por Rudy Wurlitzer, esta obra-prima moderna mergulha os espectadores numa reflexão profunda sobre a complexidade da condição humana, desafiando as noções de justiça e injustiça.

A Obra-Prima de Philip Glass

Composta em 2000, “Na Colónia Penal” é considerada uma das obras mais significativas do compositor norte-americano Philip Glass, um dos nomes mais influentes da música clássica do final do século XX e início do XXI. Através da sua linguagem musical minimalista e hipnótica, Glass consegue captar a essência da narrativa kafkiana, explorando a tensão entre a racionalidade burocrática e a crueldade do sistema penal.

A Narrativa Kafkiana

O conto de Franz Kafka, que serve de base para a ópera, apresenta-nos um visitante que chega a uma colónia penal remota, onde se depara com um complexo engenho de execuções pronto a ser acionado sobre um condenado anónimo. Neste cenário distópico, o único indivíduo que compreende e acredita no funcionamento dessa “máquina impiedosa” é o oficial responsável por zelar por ela.

A Adaptação de Rudy Wurlitzer

O libreto da ópera, assinado por Rudy Wurlitzer, mantém a essência da narrativa de Kafka, mas acrescenta nuances e desenvolvimentos que amplificam a reflexão sobre a natureza da justiça e a fragilidade da razão humana. Wurlitzer consegue captar a atmosfera opressiva e os dilemas morais presentes no conto original, conferindo à ópera uma profundidade e complexidade ainda mais marcantes.

Diálogo com a História Portuguesa

A apresentação de “Na Colónia Penal” no Festival dos Capuchos 2024 adquire um significado especial, uma vez que a programação do evento é inspirada pela liberdade e pelo cinquentenário do 25 de Abril. Neste contexto, a obra estabelece um paralelo com a terrível memória da Colónia Penal do Tarrafal, o campo de concentração criado em 1936 pelo Estado Novo, lançando uma luz sobre os abusos e as violações dos direitos humanos perpetrados em regimes autoritários.

Colónia Penal do Tarrafal

O campo de concentração do Tarrafal, na ilha de Santiago, Cabo Verde, foi um símbolo sombrio da repressão do Estado Novo português. Criado em 1936 para abrigar presos políticos, o local tornou-se sinónimo de tortura, privação e violência, deixando uma marca indelével na história do país. A conexão entre a ópera de Glass e este trágico capítulo da história portuguesa confere à apresentação da obra uma profundidade e relevância ainda mais significativas.

Direcção Musical e Encenação

A direção musical de “Na Colónia Penal” ficará a cargo de Martim S. Tavares, reconhecido pela sua maestria e sensibilidade interpretativa. Já a encenação será assinada por Miguel Loureiro, um dos nomes de destaque da cena teatral portuguesa, que promete trazer uma leitura inovadora e envolvente da obra.

Equipa Artística

Além de Tavares e Loureiro, a equipa artística conta com nomes igualmente notáveis, como o cenógrafo André Guedes, os designers de luz Eduardo Abdala e Manuel Abrantes, o figurinista José António Tenente e o coreógrafo Miguel Pereira. Juntos, irão criar uma experiência sensorial e dramaturgicamente coesa, que irá transportar o público para o universo opressivo e perturbador da ópera.

Elenco de Vozes Notáveis

O elenco vocal de “Na Colónia Penal” reúne alguns dos mais talentosos intérpretes da cena lírica portuguesa, entre eles André Henriques, Frederico Projecto, João Gaspar e Paulo Quedas. Estes artistas irão dar vida aos personagens centrais da obra, contribuindo para a riqueza e a profundidade da experiência performativa.

Informações Práticas e Bilheteira

“Na Colónia Penal” será apresentada no dia 2 de junho, domingo, às 18h, na Sala Principal do Teatro Municipal Joaquim Benite, em Almada. A classificação etária é M/14 e a duração do espetáculo é de 80 minutos, sem intervalo.

Os bilhetes para a apresentação de “Na Colónia Penal” variam entre 11,90€ e 17€, com um desconto especial para os Membros do Clube de Amigos, que podem adquirir ingressos por 8,50€. A bilheteira do TMJB está aberta de quarta a sábado, das 13h30 às 22h30, e aos domingos, das 13h30 às 19h30. Também pode adquirir o seu bilhete aqui.

A apresentação de “Na Colónia Penal” de Philip Glass no Festival dos Capuchos 2024 promete ser um momento marcante. Esta obra-prima da ópera contemporânea, com a sua narrativa contundente e linguagem musical hipnótica, irá desafiar e envolver o público, convidando-o a uma reflexão profunda sobre a condição humana e os limites da justiça. Não perca esta oportunidade de imergir no universo criativo de Glass e Kafka, num diálogo emocionante com a história e a liberdade do nosso país.

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